O que é Bullying?
Bullying consiste em um conjunto de violências que se repetem por algum período. Geralmente são agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam as pessoas. Os danos causados pelo Bullying podem ser profundos e irreversíveis, como a depressão, distúrbios comportamentais e até o suicídio.
Bullying é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão”, e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra Bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas e sistemáticas, com características de perseguição do agressor contra a vítima.
As agressões podem ser de ordem verbal, física e psicológica, comumente acontecendo as três ao mesmo tempo. As vítimas são intimidadas, expostas, ridicularizadas, ameaçadas constantemente. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser, sua cor, cabelo, enfim, inúmeros.
As vítimas de Bullying podem sofrer agressões de uma pessoa isolada ou de um grupo. Esse grupo pode atuar apenas como “espectadores inertes” da violência, que indiretamente contribuem para a continuidade da agressão.
Normalmente, chamamos de Bullying o comportamento agressivo sistemático cometido por crianças, adolescentes e até adultos.
Porém quando um comportamento parecido acontece entre adultos, geralmente no ambiente de trabalho, classificamos o ato como assédio moral.
As discussões sobre o Bullying são relativamente recentes, chamando a profunda atenção dos especialistas em comportamento humano apenas nas últimas duas décadas. Até a década de 1970, não se falava sobre Bullying. O comportamento agressivo e a perseguição sistemática de algumas crianças umas contras outras era visto como um traço comportamental natural, normal, muitas vezes o início se dava com os próprios professores, em relação aos alunos.
O Bullying é uma prática injusta, visto que os agressores ou agem em grupo (ou com o apoio do grupo) ou agem contra indivíduos que não conseguem se defender das agressões. Apesar de considerarmos o sofrimento da vítima, também devemos tentar entender o comportamento dos agressores. Muitas vezes, são crianças, jovens, adultos que passam por problemas psicológicos ou que sofrem agressões no ambiente familiar e na própria escola, e tentam transferir os seus traumas por meio da agressividade contra os outros.
Também é na escola o lugar onde os reflexos da sociedade fazem com que se crie uma espécie de micro-organismo social, que tende a recriar a sociedade em um espaço menor e isolado. A sociedade em geral é agressiva e excludente, e esses fatores tendem a se repetir entre os jovens no âmbito escolar, porque na escola, os cruéis padrões de beleza e comportamento ditados pela sociedade aparecem como normas, o grupo dominante reafirma e dita esses padrões dentro do âmbito escolar, fazendo com que se estabeleça uma regra e tudo aquilo que fuja dessa regra seja considerado como inferior e “indigno”.
Além da intimidação, da perseguição e da violência psicológica, o Bullying pode levar à violência física. Os profissionais da educação, principalmente devem ficar atentos para evitar os casos de Bullying e resolver a situação, conscientizando os agressores e auxiliando as vítimas.
Quais as consequências do Bullying?
As consequências do Bullying podem ser devastadoras para as vítimas. Os primeiros sintomas são o isolamento social, pois a vitima não se vê como alguém que pertence àquele, ou este lugar, ao grupo. A partir daí, pode haver uma queda no rendimento escolar, queda na autoestima, quadros de depressão, transtorno de ansiedade, síndrome pânico, anorexia e outros distúrbios psíquicos regulares.
Se os traumas do Bullying não forem tratados, a vítima pode guardar aquele sofrimento em seu subconsciente, que virá a se manifestar diversas vezes em sua vida adulta, dificultando as relações pessoais, a vida em sociedade, afetando a sua carreira profissional e até levando ao desenvolvimento de vícios em drogas e álcool. Quando não tratados, esses quadros podem levar o jovem até ao suicídio.
Como identificar um pessoa que está sofrendo Bullying?
O alvo usual da pessoa que pratica o Bullying é o tipo de pessoa que não se enquadra nos padrões sociais tidos como normais, por questões físicas, psicológicas ou comportamentais. Geralmente, os agressores procuram alguém que seja diferente para ser a sua vítima, pessoas com excesso de peso ou magras demais, pessoas de estatura menor, pessoas que não se enquadram no padrão de beleza ditados pela sociedade, pessoas de condição econômica inferior, homossexuais, transexuais, lésbicas, pessoas com dificuldade de aprendizagem ou muito estudiosas, enfim!
É preciso ficar atento ao comportamento dos jovens, sobretudo quando eles apresentarem baixa autoestima, falta de vontade de ir à escola, déficit de atenção e comportamento autodepreciativo, nunca se achando bom o suficiente. Se o jovem apresentar um quadro parecido, a família e a escola devem entrar em ação para investigar, a fim de colocar um ponto final em uma possível intimidação sistemática e oferecer o auxílio e o conforto de que a vítima necessita.
Como solucionar o Bullying?
A melhor maneira de solucionar o problema do Bullying é pelo diálogo e conscientização. É necessário conscientizar aqueles que assistem, repetem ou indiretamente contribuem com o Bullying, pois eles também mantêm o sistema de agressividade funcionando.
Afinal violência só gera mais violência. Lembre-se que o agressor, também pode estar sofrendo agressões, é importante entender os dois lados para saber como tratar.
Lei sobre o Bullying escolar:
Em 06 de novembro de 2016, foi sancionada no Brasil pela presidente Dilma Rousseff a Lei 13.185, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A lei composta por oito artigos torna a luta contra o Bullying escolar uma política pública de educação e implementa uma série de ações que visam a erradicar o Bullying por meio de campanhas publicitárias, capacitação dos profissionais da educação para lidarem com casos de Bullying e o diálogo mais estreito entre a escola e a família.
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